Já se foram três décadas desde aquele 30 de julho de 1993 quando, a partir da organização das pessoas atingidas por barragens, foi formalizada a fundação da Associação Nacional dos Atingidos por Barragens. De lá pra cá, a ANAB vem se consolidando como um instrumento jurídico de defesa dos atingidos e atingidas de todo o Brasil, além de promover projetos de capacitação técnica, formação e desenvolvimento social, econômico e cultural das comunidades atingidas pelo atual modelo energético do Brasil.

Entre algumas importantes ações desenvolvidas ao longo das três décadas de existência da ANAB, está a realocação de famílias da Beira Trilho, no município de Erechim (RS), uma incidência que resultou na implementação de experiências de produção nas áreas rurais e urbanas para os realocados em parceria com a Fundação Banco do Brasil. A ANAB também assumiu, junto à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), a distribuição em todo o território nacional de cestas de alimentos para famílias carentes, durante a pandemia da Covid-19. E da mesma forma, participou do programa de instalação de Placas Solares para Aquecimento de Água e construção de cisternas em diferentes regiões.. 

Mais recentemente, a associação foi responsável pela realização da Exposição Internacional “Arpilleras: Bordando a Resistência”, ocorrida no Memorial da América Latina, em São Paulo (SP), em outubro de 2015. Outra iniciativa que ainda rende frutos na produção de conhecimento dos atingidos e atingidas é a realização, desde 2008, do Curso de Extensão e Especialização, “Energia e Sociedade no Capitalismo Contemporâneo” junto à Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, em parceria do Instituto de Pesquisa e Planejamento e Urbano e Regional (IPPUR). Até 2022, foram cinco turmas graduadas, num total de 199 alunos. 

Nos últimos anos, a ANAB vem priorizando seu posicionamento para temas de grande relevância, como a emergência climática e suas implicações sobre a discussão energética, os danos causados pelos rompimentos de barragens, o acentuado processo de privatização da água, o avanço da mineração, dentre outros. 

Nesses 30 anos de existência, a ANAB já beneficiou diretamente mais de 150 mil pessoas e indiretamente cerca de 400 mil pessoas em todo território nacional. Vida longa aos que lutam ao lado do povo por dignidade e por direitos. Seguimos firmes nessa missão!