Em seus mais de 30 anos de história, a ANAB tem trabalhado para garantir a dignidade dos atingidos e atingidas através de ações de educação e formação, fomento melhoria das condições de vida e ações de proteção a direitos. Todo o trabalho técnico da ANAB está acompanhado de mecanismos de participação das comunidades atingidas, buscando sempre garantir e consolidar o princípio da participação informada e da autodeterminação. Neste sentido, a ANAB se orienta pela cooperação e a solidariedade entre os indivíduos na construção de direitos, de reparação integral e de um projeto energético popular, capacitando-os, com a finalidade de promover a soberania econômica e possibilitando uma vida digna a todas as pessoas atingidas do Brasil.
Atualmente, a ANAB possui sede em Erechim (RS) e pontos de apoio em Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP) e Brasília (DF), tendo uma atuação em todo o território nacional. A estrutura operativa da ANAB está composta por um Coletivo de Sustentação, que tem como objetivo a captação e administração dos recursos financeiros da associação; um Coletivo de Ação Política, que executa ações de comunicação, formação, fomento, entre outras; uma Diretoria Executiva e uma Diretoria Geral, além da instância máxima de decisões, a Assembleia Geral de associados.
No começo dos anos 90, o Brasil passava por um processo acelerado de expansão do seu modelo hidroelétrico, com a construção de grandes empreendimentos por todo o país e com muitos impactos para as populações ribeirinhas. Como necessidade história de responder as muitas violações de direito em curso, emergia também a organização popular dos atingidos e atingidas, na luta por reparação justa, pelo reassentamento de comunidades e pelo desenvolvimento social, econômico e cultural dessas populações.
Em março de 1991, durante o 1º Congresso Nacional dos Atingidos por Barragens, foi debatida a necessidade de criação de uma entidade jurídica que pudesse representar as famílias atingidas por barragens de todo o país. Como resultado desse debate, nasceu a Associação Nacional dos Atingidos por Barragens em 30 de julho de 1993.
De lá pra cá, a ANAB atuou na assessoria e implantação de reassentamentos de famílias atingidas por barragens promovendo a reparação integral de populações atingidas, especialmente na região sul do Brasil, desenvolvendo atividades técnicas, socioeducativas, culturais, de promoção da produção de alimentos saudáveis e energias alternativas, em defesa do meio ambiente e dos Direitos Humanos.
Sua história também acompanha as diversas formas de violação de direitos e de luta das pessoas atingidas por justiça e dignidade, atualizando e ampliando sua atuação conforme as novas necessidades e demandas dessa população na reparação de danos, fomento de projetos, campanhas de comunicação, assessoria jurídica, entre outros.
Nossas parcerias
Nas últimas três décadas, a ANAB tem construído parcerias com órgãos governamentais e agências de cooperação internacional através de projetos que buscam atender as demandas dos atingidos por barragens, tendo atuado na execução de diversas ações em comunidades atingidas das principais bacias hidrográficas do país. Essas parcerias promoveram o desenvolvimento cultural e das artes, formações sobre gênero, saúde, comunicação, desenvolvimento rural sustentável, além dos programas de alfabetização, desenvolvimento econômico, educação socioambiental, geração de energia, e formação profissional das comunidades atingidas.
Nossa missão é defender e garantir a efetividade dos direitos sociais, econômicos e territoriais das pessoas atingidas por barragens do Brasil, através da construção coletiva de uma associação que reúna e oriente a ação comum desses sujeitos, sem distinção de gênero, classe social, raça, religião ou orientação sexual.
Princípios e valores
Todo o trabalho da ANAB está orientado pelos princípios da solidariedade, igualdade e respeito à vida, à cultura e à história de cada povo. Nossa atuação está pautada na honestidade e coerência, e na busca permanente pela superação das desigualdades através do acesso ao conhecimento e da participação informada e efetiva dos sujeitos sociais envolvidos.
Temos como princípios a valorização e dignidade da pessoa humana, a proteção do meio ambiente, a equidade de gênero e raça, e a construção de relações baseadas na tolerância e no respeito às diversidades; a segurança da informação, através da garantia da confidencialidade, integridade e cuidado aos dados e informações de seus associados; a ética, transparência, equidade, justiça e respeito como balizadores das relações internas e também com seus apoiadores e parceiros; além da construção coletiva e valorização dos mecanismos democráticos de participação.